ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 1 © 2007

Aceito a tristeza, que a vida me oferece,

Dentro de si existe beleza,

Quão tamanha que me engrandece.

Em suas grades, encarcerado,

O rosto do silêncio, espelho meu,

De odes em folhas que soltam

A vida do compêndio, em voz do breu.

Ditas vozes de mim,

Gemem em jeito menino,

Escolhido por fim,

Na capacidade de ser, genuíno.

Nesta tristeza que me veste,

Vejo a grandeza do existir,

Pois é na dor que se tece

A alma capaz de sentir.

Cada lágrima, cada verso,

É um fragmento do que sou,

No universo disperso,

Onde o silêncio me encontrou.

E assim, aceito a dor como mestra,

Que me molda e me revela,

Pois é na sombra que se enxerga

A luz que em mim se zela.