ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 1 © 2007

Os navios atracam no meu porto,

A cobrança aduaneira reparte,

O dízimo em direito de um morto.

Com o passaporte guardado,

No bolso do fato, anseio o momento,

De partir, à vida, em veloz jato.

Dividir em duas metades o dia, e oferecer o sol,

Ao longo de infinitas herdades,

A noite estender as estrelas e seu rol.

E a lua, solitária, ficar a iluminar a minha visão,

Um dia composta, lendária,

Em pauta escrita pela própria mão.

O movimento da ideia,

Ficar registado em todo o lado,

E o mundo bradar, com a boca cheia,

Também não vou ficar calado!