ALMA GRANDE NO MEU PAÍS 1 © 2007

Angolano, filho de branco!

Pintai o meu sangue para que seja mais negro,

Num tom profundo, onde a história se inscreve,

Onde a alma se ergue, forte e sem medo.

Terminada a guerra, um suspiro de alívio,

Bem-vinda a Paz, num abraço coletivo.

Mas ouço ainda, nesta terra, um eco sombrio,

Racismo! De ti não! Queima-me o brio.

Verás que também sou capaz,

De sentir do fundo do coração,

Um amor que não conhece a cor,

A união que nasce da compaixão.

O sentimento palpita, vivo e fervente,

Neste livro da vida, cada página é a semente.

O olhar tornado escrita, memória de um povo,

Que floresce na esperança, num amanhã mais novo.