SALMOS © 2008

Ó Cristo, a ideia suspira por um gesto,

Um piscar de olho que acenda o universo,

Basta o Teu brilho para inflamar o resto,

Na luta interior onde o coração está imerso.

O foco planetário ilumina as alamedas,

Onde as sombras dançam, mas Tu és a clareira.

A dor corre apressada, sem tréguas ou medidas,

Enrola almas perdidas, amputadas de maneira inteira.

Ó Cristo, templário de simplicidade nua,

Caminhas entre nós, como um usuário qualquer.

Mas é na palavra que o Teu amor flutua,

E no gesto, o milagre da esperança a renascer.

O toque do corpo é o que nos consola,

Esperando, paciente, pela Tua mão divina.

E no silêncio que ao Teu redor desenrola,

Há o eco de um amor que eternamente nos ilumina.