LINHAS DE PENSAMENTO © 2014
Muitas vezes eu, não sou eu,
Sou sombra de alguém que não conheço,
Um reflexo difuso que adormeceu,
Nos espelhos de um tempo indefeso.
Há em mim um estranho que habita,
Um vulto que fala sem eu ouvir,
Que molda cada passo, me limita,
E esconde o que eu deveria sentir.
No futuro, talvez consiga ser,
Apenas eu, na forma mais pura,
Sem máscaras, sem medo de ver
A verdade que a alma segura.
E quando esse dia enfim chegar,
Conviverei com o que sou por dentro,
Sem fugir, sem me apagar,
Abraçando o eu que guardo no centro.